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Dia Mundial da Ciência e Dia Nacional da Cultura Científica

24 de novembro é o Dia Nacional da Cultura Científica – a data foi escolhida em homenagem a Rómulo de Carvalho, nascido no dia 24 de novembro de 1906, professor de física e química, divulgador de ciência e autor de manuais escolares.

Como poeta (sob o pseudónimo de António Gedeão) foi autor de poemas notáveis – quem não conhece “Pedra filosofal, por exemplo.

Lembremos hoje o poema “Lágrima de preta” – publicado em 1961 e que continua hoje tão atual.

Tornou-se conhecido na voz de vários cantores. A canção foi proibida pela censura, até à revolução de Abril de 1974.

Poema musicado e cantado, pela voz de Adriano Correia de Oliveira. 

Poema musicado e cantado, pela voz de Manuel Freire. 

Bom dia Nacional da Cultura Cientifica e boas leituras

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

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Chá de Letras

 

Em março, no dia 21, dia Dia Mundial da Poesia e ainda Dia da Árvore e dia Mundial da Floresta, o nosso Chá de Letras esteve inserido na atividade da RBI “Bibliotecas em Rede”. Com o tema da leitura, participaram neste momento cultural alunos de vários níveis de ensino que apresentaram diferentes tipos de leitura: poesia, banda desenhada, romance e poema musicado. Para estas participações foram fundamentais os professores que orientaram as apresentações dos discentes. Com estrelas como os alunos do Agrupamento, o espetáculo foi, de facto, muito especial e do agrado de todos os presentes, revelando-se uma ótima celebração da primavera e da leitura. António Torrado foi o autor em destaque.

Relembrando a mensagem da canção “Vale a pena tentar”, que encerrou este Chá de Letras e que ganhou o prémio “Melhor mensagem” do 17.º Festival da Canção Vida, “Se é difícil a viagem, só vence quem tem coragem de tentar”.

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Chá de Letras – o nosso património

 

No dia 14 de dezembro, a Biblioteca da Escola Secundária organizou mais um Chá de Letras, desta vez dedicado ao tema o nosso património. A atividade dividiu-se em 3 momentos que focaram aspetos diferentes do património. No 1º momento, dando destaque ao património humano da escola e literário do país, os alunos de Oficina de Teatro do 8ºF, orientados pela professora Cristina Lorga, apresentaram de forma dramatizada poemas do livro À esquina da rima buzina, de António Torrado. Depois, a avó Conceição, auxiliada pelo neto Francisco, apresentou “As árvores da minha rua”, sublinhando a importância do conhecimento e da preservação do património natural. Finalmente, João Alberto Roque entrevistou o professor Fernando Martins, uma das pessoas que mais tem contribuído para a investigação e divulgação do património local, sobre textos que guardam a memória das gentes da Gafanha da Nazaré.

Foram momentos de partilha informais muito agradáveis que contribuíram certamente para desmistificar a ideia de que o património é sobre o passado. É sem dúvida sobre o futuro, aquilo que deixamos para as gerações futuras.

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Manuel Alegre – Biografia

Manuel Alegre

 

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de maio de 1936 em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um ativo dirigente estudantil. Apoiou a candidatura do General Humberto Delgado. Foi fundador do CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC – Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, campeão nacional de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra. Dirigiu o jornal “A Briosa”, foi redator da revista “Vértice” e colaborador de “Via Latina”.

A sua tomada de posição sobre a ditadura e a guerra colonial levam o regime de Salazar a chamá-lo para o serviço militar em 1961, sendo colocado nos Açores, onde tenta uma ocupação da ilha de S. Miguel, com Melo Antunes. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar. É preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante 6 meses. Na cadeia conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair para o exílio em 1964.

Passa dez anos exilado em Argel, onde é dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Aos microfones da emissora “A Voz da Liberdade”, a sua voz converte-se num símbolo de resistência e liberdade. Entretanto, os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967) são apreendidos pela censura, mas passam de mão em mão em cópias clandestinas, manuscritas ou dactilografadas. Poemas seus, cantados, entre outros, por Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luís Cília, tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade. Regressa finalmente a Portugal em 2 de maio de 1974, dias após o 25 de Abril.

Entra no Partido Socialista onde, ao lado de Mário Soares, promove as grandes mobilizações populares que permitem a consolidação da democracia e a aprovação da Constituição de 1976, de cujo preâmbulo é redator.

Adaptado de http://www.manuelalegre.com

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Março, mês da leitura

 

No mês de março celebrou-se a leitura nas bibliotecas do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré.

Exposição “À descoberta de… João Pedro Mésseder

Começámos com uma exposição, na biblioteca da escola sede, de trabalhos de todas as escolas do agrupamento, no âmbito da atividade “À descoberta de… João Pedro Mésseder”. A partir do dia 10 de março, esses trabalhos enriqueceram a exposição conjunta de criações das escolas dos três agrupamentos do concelho, na Biblioteca Municipal de Ílhavo. Neste dia, as crianças do JI da Marinha Velha foram convidadas a assistir à inauguração da exposição.

Sessão de animação de leitura no âmbito do projeto SOBE

No dia 2 de março, as professoras bibliotecárias estiveram com os meninos do pré-escolar do JI da Cambeia (de manhã) e do JI do Centro Escolar Santa Maria Manuela (de tarde) para mais uma sessão de animação de leitura SOBE – Saúde Oral e Bibliotecas Escolares. Desta vez, o livro escolhido foi Pilu, Pilu de Susanna Isern e os meninos ficaram a conhecer a história de um pássaro, o curado, que ajudou um crocodilo a limpar os dentes. A partir do exemplo dos animais, foram, mais uma vez, abordados aspetos importantes da higiene oral.

“Chá de Letrinhas”

No dia 4 de março, serviu-se um “Chá de Letrinhas” na biblioteca da Escola Básica da Gafanha da Nazaré com a participação de vários alunos da escola. Houve momentos de leitura, dança e de convívio entre alunos, pais e professores.

Sessões de animação de leitura

No mês de março, demos continuidade às sessões de leitura nas bibliotecas do 1º ciclo. No dia 9 de março, os alunos da EB da Cambeia e no dia 16 de março, os do Centro Escolar Santa Maria Manuela tiveram uma sessão de animação de leitura. O texto escolhido foi O Aquário de João Pedro Mésseder e a mensagem que pretendemos transmitir foi que a leitura nos dá lições de vida. Assim, a partir de uma história de peixes, os alunos aprenderam que se deve aceitar a diferença e partilhar.

À conversa com João Pedro Mésseder e Ana Biscaia

No dia 11 de março, o autor em destaque nas bibliotecas do concelho, João Pedro Mésseder, esteve na BMI, juntamente com a ilustradora Ana Biscaia, para conversar com alunos das escolas do concelho. De manhã, a turma do 4º ano da EB da Marinha Velha e de tarde, alunos da Escola Básica da Gafanha da Nazaré ouviram ler poemas do livro Poemas do conta-gotas, viram os originais das ilustrações, fizeram perguntas aos autores e brindaram-nos com a leitura dramatizada de poemas.

“10 minutos de leitura”

Foi com “10 minutos de leitura” que assinalámos, no dia 14 de março, o início da Semana da Leitura no Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré. Assim, nesse dia, às 10h10m, convidámos todos os alunos e professores a lerem durante dez minutos. No pré-escolar e no 1º ciclo, as educadoras e os professores escolheram os textos, na Escola Básica e na Escola Secundária, as professoras bibliotecárias deixaram uma proposta de leitura em cada sala e em cada serviço. Tratou-se de um momento simbólico que pretendia chamar a atenção para a importância da leitura.

Encontros com as escritoras Ana Cerejo e Maria José Venâncio

Estas escritoras associaram-se à comemoração da Semana da Leitura de algumas escolas do agrupamento.

No dia 15 de março, a Ana Cerejo apresentou o seu livro A estrelinha sonhadora na EB de Cale da Vila, escola que acolheu o seu filho durante quatro anos. A Maria José Venâncio visitou o Centro Escolar Santa Maria Manuela e a EB da Marinha Velha, no dia 16 de março. Aí, convidou os alunos a “brincar com as palavras” e apresentou o seu livro As palavras como bichinhos de estimação.

“Chá de Letras”

No dia 17 de março, teve lugar mais um “Chá de Letras” na biblioteca da Escola Secundária. Desta vez, a atividade inseriu-se na iniciativa da Rede de Bibliotecas de Ílhavo “RBI: bibliotecas em rede” e contou com a presença das outras professoras bibliotecárias do concelho e da Dra. Inês Vila da Biblioteca Municipal.

Numa homenagem às palavras e à poesia, tivemos participações de outras escolas do agrupamento, abarcando os vários níveis de ensino, num trabalho de articulação com as professoras de Português, Oficina de Teatro e Educação Musical, do pré-escolar e do 1º ciclo. Mais uma vez, alunos, professores e pais partilharam momentos de leitura, teatro, música e convívio e apreciaram um chá com sabor a primavera, num cenário florido.

Final do concurso de leitura “Ílhavo a Ler+”

O já tradicional concurso concelhio decorreu no dia 19 de março, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. Do nosso agrupamento, houve onze participantes dos diferentes ciclos de ensino e todos estiveram muito bem nas respetivas provas. O Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré conquistou o primeiro lugar no 1º ciclo, com a Leonor Santos do 4º ano da EB da Cambeia, e no ensino secundário, com o Carlos Magalhães do 10º B.

ÍlhavoaLer+2016

Ambos representarão o concelho no Concurso Intermunicipal de Leitura, no dia 28 de maio, em Sever do Vouga.

O evento contou, ainda, com apresentações de grupos de alunos dos três agrupamentos que declamaram poemas, cantaram e representaram textos de João Pedro Mésseder.

Concurso “Faça lá um poema” (PNL)

No dia 19 de março, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, teve lugar a Cerimónia de entrega dos prémios deste concurso promovido pelo Plano Nacional de Leitura. O aluno do 5º A da Escola Básica da Gafanha da Nazaré, Miguel Lourenço, obteve um honroso terceiro lugar com o poema “Estou a crescer”. Foi, por isso, convidado para, nesta cerimónia, ler o seu poema e receber o prémio. Nesse dia, foi, ainda, lançada a antologia A dança das palavras que reúne os poemas vencedores de todas as edições do concurso.

Paula Rocha

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Chá de Letras / Palavras

Hoje, na biblioteca da escola sede do Agrupamento de Escolas, decorrerá um Chá de  Letras muito especial, com participantes vindos de escolas dos vários níveis de ensino.

ChádeLetras-março

O chá será servido com Palavras

A tua presença ajudará a tornar esta atividade ainda mais memorável.

Até logo.

 

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“Chá de Letras” na biblioteca

No Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, a biblioteca associou-se às comemorações do Departamento de Ciências Sociais e Humanas e serviu um “Chá de Letras” onde se refletiu sobre esta temática.

Mais uma vez, houve momentos de leitura, de expressão dramática e de convívio entre alunos, pais e professores.

 

Alguns dos textos lidos* ajudaram-nos a refletir e mostraram-nos a riqueza da multiculturalidade. Três alunos estrangeiros leram textos nas suas línguas maternas e, num momento único e emocionante, todos demos as mãos e cantamos a canção de John Lenon, “Imagine”.

Para terminar este fim de tarde diferente, seguiram-se momentos de convívio com chá e bolo.

 

*

Lágrima de preta” – poema de António Gedeão

O autocarro de Rosa Parks de Fabrizio Silei

Origens” e “Declaração” – poemas de João Alberto Roque

A história de Erika de Ruth Van Zee

Que luz estarias a ler? de João Pedro Mésseder

Todos nós nascemos livres – versão simplificada da Declaração dos Direitos Humanos da Amnistia Internacional

Meninos de todas as cores de Luísa Ducla Soares

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Feira do livro 2015

Mais uma vez, as bibliotecas da Escola Secundária e da Escola Básica (2º Ciclo) da Gafanha da Nazaré organizam as já habituais feiras do livro.

Tens aqui uma excelente oportunidade para adquirires um livro que te acompanhe na interrupção letiva do Natal ou para ofereceres um presente tão significativo a alguém que o mereça.

Cartaz feira do livro 2015

O cartaz, como também já é habitual, é da responsabilidade da professora Helena Zália.

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“Newton gostava de ler!” nas bibliotecas do AEGN

RBE 3Durante o mês de novembro, Newton marcou presença nas bibliotecas escolares do agrupamento onde tiveram lugar as sessões correspondentes ao Módulo I do Projeto “Newton gostava de ler!”.

Trata-se de um projeto da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro (FCCV) e pretende aliar a leitura à ciência.

O Módulo I, intitulado “Lâmpada de gelo”, foi desenvolvido na ESGN nas turmas do 9º ano, na EB nas turmas do 6º ano e no Centro Escolar Santa Maria Manuela no 3º e 4º anos.

 

O livro proposto, Os Mistérios de Casimiro, deu a conhecer um adolescente com muitas histórias para contar e os alunos construíram um circuito elétrico para montar a lâmpada de gelo.

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António Gedeão

Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de novembro de 1906 na freguesia da Sé, em Lisboa. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta, no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim batizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal.

Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar Os Lusíadas de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este fator será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Físico-químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na Faculdade de Letras do Porto, prenunciando assim qual será a sua atividade principal daí para a frente e durante 40 anos – professor e pedagogo.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão.

Além da colaboração como codirector da “Gazeta de Física”, a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica através da coleção “Ciência Para Gente Nova” e muitos outros títulos.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que “Pedra Filosofal“, musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto, após 40 anos de ensino, em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de abril tomou conta do ensino em Portugal, decide reformar-se.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação, publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional.

Morre a 19 de fevereiro de 1997.

Texto colhido em http://www.citi.pt

Lição sobre a água

Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.
Embora com exceções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.

Nenúfar

Lágrima

 

Lágrima de Preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

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